A freguesia de Sedielos é de segunda ordem e, apesar de lhe terem sido desanexadas algumas povoações para formar a vizinha e nova freguesia de Vinhós (em 1933), é ainda a maior e uma das mais importantes.
Conta 700 fogos, numa população de 2750 habitantes, espalhados pelos seguintes lugares: Sermanha, Corujeira, Pontão, Outeiro, Castanheira, Sobre-a-Fonte, Ameal, Sá, Devesa, Arrabalde, Igreja, Pedregal, Sete Fontes, Aldarete, Bouças, Quintã, Carvalho, Cale, Passos, Ponte da Fraga e Ferraria. Possui, também belas e grandiosas quintas, entre elas a de Sá de Baixo, Finges, Paço da Serviçaria, etc. Confina ao norte com a freguesia de Vinhós, ao sul com a freguesia de Vila Marim e Cidadelhe, do concelho de Mesão Frio, a nascente com Moura Morta e a poente com a freguesia de Teixeiró, do concelho de Baião (Distrito do Porto).
Dista da sede do concelho, pela estrada da Rede, dezanove quilómetros, por Fontelas, quinze quilómetros, e por atalhos, doze quilómetros. A estação de caminho de ferro mais próxima é a da Rede, da qual dista catorze quilómetros. Do lado nascente, a freguesia debruça-se para o rio Sermanha, e a meio da encosta encontram-se vestígios de uma alcáçova.
«Quem subir pelo lugar de Passos», escreve Bandeira de Toro, «encontrar-se-á num planalto verdejante, onde sentirá a diferença da natureza do solo, que parece conjugar a sua rústica vegetação, sob uma atmosfera sadia e alegre. Do lado esquerdo,
A origem da palavra "Sedeelos", através da sua forma no séc. XVIII reflecte claramente um diminutivo plural de qualquer nome comum do léxico pré-histórico português; pelo dito diminutivo e pela mesma forma arcaica, o seu étimo parece radicar na forma latina "setanellu", sendo, se assim for, um topónimo de origem vegetal. Esta pode-se referir a uma espécie de nespereira, quer a certa variedade de alho ou cebola silvestre, aí abundantes nessa remota época.
Na antiga zona comum a Sedielos e Fontes, freguesia de Santa Marta de Penaguião (Vinhós já pertenceu a Sedielos até 1933), teve haveres Egas Moniz, que os obteve de Múnio Peres, em 1136, pela quantia de 300 maravedis (muito para a época). Em 1205, D. Sancho I, povoando as terras de Penaguião, organizou um pequeno município rudimentar em que o território aforado era bastante extenso, de uma e outra parte do Rio Sermanha, embora os historiadores ainda não tenham conseguido identificar exactamente todas as terras que o compunham. Em 1933, os limites setentrionais da freguesia de Sedielos eram os atribuídos, nesta parte, ao município rudimentar Fontes-Tabuadelo-Crastelo: «dividit ... cum Tavoadel de Jusao et cum Vinios (Vinhós) et cum Ferreirea (Ferraria) e cum Ermita (Ermida)».
Como atracções, Sedielos tem a Mesa dos Mouros, uma enorme pedra furada por uma espécie de óculo, ou clarabóia, que parece penetrar perpendicularmente no solo em que repousa. Não esquecer a Igreja Matriz, construída no lugar onde existia uma casa de campo das freiras de Monchique, no Porto (4), e Aldarete, de onde se vislumbra uma paisagem de cortar a respiração. Actualmente, devido ao esforço de alguns sedielenses de garra, a freguesia dispõe de um Centro de Dia, ATL e Jardim de Infância, um campo de futebol, e tem como uma das suas glórias o Grupo Desportivo e Recreativo da Ferraria.
(1) O povo de Sedielos diz "Queijados". Qual será a forma correcta?
(2) ... e Cidadelhe, acrescentamos nós.
(3) Esta informação não é correcta, porque o braço que se junta às Águas Santas é do rio Sermanha.
(4) No Convento de Monchique, que ainda hoje se vê lá para os lados de Massarelos, Camilo Castelo Branco situa a reclusão de Teresa, uma das personagens principais do seu romance (autobiográfico?) Amor de Perdição.
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A família Coutinho dá as boas vindas a todos os leitores. Apesar da dispersão, esperamos que a nossa ligação à terra mãe e aos nossos familiares e amigos seja sempre mais forte. Quando puderem, não deixem de visitar Sedielos e deliciar-se com as belas paisagens, a boa comida e os bons vinhos do nosso Douro.
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